Saída

Mirian Vilela nasceu em Brasília, a extensa capital moderna do Brasil construída em um planalto no meio do país. Superficialmente, a cidade é cercada por um cerrado, mas embaixo está a nascente que alimenta os principais rios do país. 

 

Apesar de ter nascido na capital, Vilela passou muitas férias de infância na fazenda do pai, oito horas ao norte da cidade. Neste remoto cenário rural, longe de qualquer estrutura de vida urbana, em um cenário mesclado com fazenda de gado, floresta, rios, arrozais e sem eletricidade, ela experimentou uma conexão especial com a natureza e com seu eu interior. No início da manhã, assim que surgiam os sons dos pássaros e das vacas, ela pulava da cama para ajudar a ordenhar as vacas. Durante o dia, Mirian brincava com as galinhas e outros animais e fazia longos passeios a cavalo com o irmão. À noite, antes de se deitarem cedo, passavam um tempo no terraço olhando o céu estrelado e ouvindo os adultos contarem histórias. 

 

No caminho para a fazenda, vários portões davam acesso pela fazenda. Seu pai parava o carro e as crianças se revezavam para abri-los. Alguns portões eram mais fáceis do que outros, mas Mirian aceitaria o desafio de abrir os mais difíceis. Ela se lembra de usar toda a sua força para levantá-los, puxá-los, puxá-los e empurrá-los para abri-los e fechá-los. Um sentimento de orgulho a dominava a cada vez. Ao relembrar aqueles dias com seus irmãos e primos, eles sorriem e se perguntam como sobreviveram naquele cenário “isolado” e com o tipo de vida selvagem em seu meio. Ela aprendeu um senso de autonomia lá e trouxe essa experiência para sua vida. 

 

Quando Mirian se formou no ensino médio em meados da década de 1980, ela acompanhou a mãe, que trabalhava no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, a Praga, na Tchecoslováquia, então um país comunista. Das cores vibrantes, música, comida, liberdade e uma vida cheia de amigos em sua casa ela foi exatamente o oposto. 

 

“Foi como passar de um filme a cores a preto e branco”, disse Vilela. 

 

Novas possibilidades

 

A experiência abriu seus olhos para diferentes culturas, música, história e línguas. Antes de completar 18 anos, enquanto sua mãe estava de férias no Brasil, Mirian e seu irmão pegaram o carro e foram para Londres. Foi um ponto crucial em sua vida que abriu sua mente para expandir as possibilidades. Ela decidiu ficar em Londres enquanto seu irmão voltava. Inscrevendo-se em cursos de inglês e aulas de dança, ela tinha a intenção de viajar pela Europa. 

 

Logo depois, Mirian mudou-se para Genebra, onde morou por quase sete anos e estudou francês. Isso a fez seguir uma paixão pelos assuntos mundiais que se formou em sua adolescência durante a mudança do regime político no Brasil (de militar para a democracia) e as subsequentes primeiras eleições presidenciais livres. Vilela começou a trabalhar para as Nações Unidas e participou da organização da Cúpula da Terra no início dos anos 1990. Esses esforços resultaram na estrutura para a Convenção sobre Mudança do Clima e a Convenção sobre Biodiversidade, entre outras. Ela gostou de todos os aspectos da experiência, desde a logística, passando pelo processo preparatório, até o evento real. 

 

Mirian foi um dos cinco funcionários convidados a se mudar para a Costa Rica e abrir uma nova organização para acompanhar o processo da Cúpula da Terra. A Carta da Terra, como assunto inacabado da Cúpula da Terra, tornou-se uma prioridade para avançar nesta nova fase de sua vida e organização. 

 

Os princípios da carta e da instituição são uma fonte que influencia entidades governamentais, sem fins lucrativos, culturais e privadas em todo o mundo. 

 

Até hoje, Mirian continua abrindo portões. E logo sairá desses portões uma nova instalação que está agora na fase de planejamento e arrecadação de fundos. 

A área da Península de Osa é minha parte favorita da Costa Rica, então, felizmente, aceitei um convite em dezembro de 2020 para visitar Puerto Jimenez com um grupo de amigos. 

Os destaques da minha viagem, compartilhados com dicas, destinam-se a encorajar os leitores do Howler a planejarem sua própria fuga para o paraíso. Já estou ansioso pela minha próxima aventura em Osa.

Nosso primeiro dia inteiro na península começou com uma viagem de barco no Oceano Pacífico para ver a vida selvagem aquática e pássaros marinhos. A aventura não decepcionou. Em pouco tempo, o barco foi cercado por centenas de golfinhos, que nadaram por ele por um longo período. Também vimos tartarugas marinhas, uma raia manta e muitos pássaros. 

Naquela noite, nosso grupo fez um passeio de caiaque bioluminescente. Imediatamente após a partida, vimos as lindas luzes azul-esverdeadas na água onde o plâncton atingiu o remo. Acima de nós estava um céu cheio de estrelas e abaixo de nós, o mar inteiro iluminando-se com nossos remos e mãos na água. Era pura magia… a magia da natureza que é! 

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Sobre a Dra. Mirian Vilela e a Carta da Terra

 

Dra. Mirian Vilela é a Diretora Executiva do Secretariado Internacional da Carta da Terra e do Centro de Educação para o Desenvolvimento Sustentável da UPEACE. Mirian trabalha com a Iniciativa da Carta da Terra desde o início de 1996. Ela coordena a Cátedra UNESCO de Educação para o Desenvolvimento Sustentável com a Carta da Terra e atuou como membro do Grupo de Referência de Especialistas da UNESCO para a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (DESD). Ao longo dos anos, ela liderou e facilitou vários workshops, cursos e seminários internacionais sobre valores e princípios para a sustentabilidade. 

Para mais informações visite www.earthcharter.org. Para descontos em aulas virtuais em grupo, seminários e retiros de negócios presenciais, entre em contato turner@howlermag.com.

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