Finalmente estávamos lá! Nossa chegada a Isla del Coco através da Baía de Chatham marcou o fim de nossa jornada de 36 horas de Puntarenas, Costa Rica a bordo do navio de mergulho Aggressor I. Nossa antecipação do que o aguardava deu lugar à excitação, mas não havia nenhum ritual de atracação habitual. Em vez disso, nosso navio foi equipado com dois pangas (batizados em homenagem ao peixe panga capturado em pequenos barcos no sudeste da Ásia) para nos transportar para a costa. Chatham Bay não tem docas, então todos os desembarques são “molhados” - você simplesmente pula do panga para a água e vadeia até a costa.

Chatham Bay oferece uma caminhada gratificante até um dos pontos mais espetaculares da ilha, que tivemos a sorte de desfrutar. Subimos a colina atrás de uma estação abandonada do parque até um mirante completo com bancos e uma nova instalação abandonada que dizem ser um presente dos Estados Unidos. A vista desse mirante é tão incrivelmente bela e hipnotizante que perdemos a noção do tempo sentados ali. 

Caminhamos ainda mais até o topo da colina para ver o sistema de radar. Isso envolve escalar uma crista que divide Chatham Bay e Wafer Bay, que é a borda de uma das duas antigas caldeiras vulcânicas. Você pode olhar para baixo na caldeira, que agora é a fonte de água da geração hidrelétrica para o radar. Em seguida, voltamos a descer, descobrindo que as trilhas, que estavam sofrendo com a manutenção negligenciada durante a pandemia, são muito mais difíceis de descer do que subir. 

Baía de Wafer

Wafer Bay, o menor dos dois portos seguros da Ilha Cocos, abriga a estação do parque nacional atualmente ativa. Há outra pequena estação de geração hidrelétrica, a sede do parque e as instalações de moradia para funcionários e voluntários. Normalmente a ilha é ocupada por cerca de 30 pessoas, uma mistura de guardas florestais, voluntários, Cruz Vermelha, bombeiros e até polícia nacional para lidar com acidentes e atividades ilegais (pesca e drogas). No modo de pandemia, apenas uma equipe mínima de sete pessoas estava estacionada lá quando visitamos. 

Um destaque turístico de Wafer Bay é a ponte ”El Copey”, assim chamada por causa das árvores ao redor. Cruza o Rio Genio, fonte de água doce e energia da estação Wafer Bay Park. A ponte foi montada e construída em 2006 a partir de cinco toneladas de linhas de pesca e bóias apreendidas de caçadores furtivos que entram nas águas da Ilha. 

O artista plástico Francisco “Pancho” Quesada, de San Vito, junto com voluntários, construíram a ponte para protestar contra a constante ameaça da pesca ilegal no parque. É modelado a partir da ponte Golden Gate, mas projetado para que com o passar do tempo se torne parte do ambiente, lentamente coberto por musgo e outras plantas,

Geologia

Nós nos aventuramos várias vezes nas pangas para as pequenas ilhas ao redor de Isla del Coco. 

Uma se chama Manuelita e é famosa por ser um ponto de mergulho, e também pela cara assustadora que as pessoas veem de um lado. Para nós, parecia a máscara dos filmes “Scream”. 

Para reduzir o tempo de viagem para locais de mergulho nas pangas, nosso navio fez um vaivém entre Chatham Bay e Wafer Bay. Um dia de Wafer Bay, viajamos para o lado de barlavento de Cocos para visitar alguns outros pequenos afloramentos - o Grande e o Pequeno Dos Amigos. Por que seus nomes são em espanglês, eu não sei. Em mapas anteriores ao século 20, eram chamadas de Ilhas Wafer. 

Essas duas pequenas ilhas que se projetam do mar são compostas de basalto colunar. Se você já visitou a Devil's Tower ou Giant's Causeway na Irlanda do Norte, essas são características geológicas semelhantes: longas colunas de hexágonos geométricos empacotados como uma colmeia de abelhas,

A fotografia era difícil com o mar sendo um pouco agitado no lado barlavento da ilha. Mas a viagem de ida e volta para os dois Dos Amigos proporcionou algumas vistas maravilhosas da costa acidentada e das infinitas cachoeiras saindo da ilha. 

A ponte foi montada e construída com cinco toneladas de linhas de pesca e bóias apreendidas de caçadores furtivos.

Uma caminhada e tanto

Todas as atividades na ilha devem ser aprovadas. Conseguimos permissão para fazer algumas caminhadas, com duas trilhas abertas para nós. Em ambos os casos, fizemos caminhadas e escaladas intensas. Muitas áreas só podem ser subidas com o auxílio de cordas que são amarradas no morro ou nas árvores. 

A trilha entre Wafer Bay e Chatham Bay tem apenas cerca de cinco quilômetros no total. Vai do nível do mar quase direto até a torre do radar a 300 metros, depois volta para o mirante em Chatham e retorna para a baía. 

A outra trilha que fizemos é muito mais longa, seis quilômetros cada caminho até o Cerro Yglesias a 600 metros. Começando em Wafer Bay, nós fomos acompanhados por três dos mergulhadores e um membro da tripulação. A trilha seguia outro cume que era a borda da segunda e maior caldeira vulcânica da ilha. Passou por arbustos de café aleatórios em uma área que era uma tentativa de plantação de café há cem anos, depois subiu e subiu até a floresta de nuvens de altitude mais baixa do mundo, com apenas 400 metros de altitude. Caminhamos ainda mais pela trilha envolta em nevoeiro em direção ao pico do Cerro Yglesias, caminhando pelo mato nos últimos 50 metros ou mais até o cume em grama alta. Isso porque a trilha não estava sendo mantida durante a pandemia e basicamente desapareceu. 

Quando chegamos, descobrimos que havíamos chegado ao Cerro Pelon, a 90 metros do pico mais alto do Cerro Yglesias. Declaramos vitória e lentamente descemos as quatro horas de volta ao nível do mar. 

Jacques Cousteau, tubarões e uma experiência extremamente pessoal

The Cousteau Rock: esta famosa escultura em pedra em Chatham Bay foi feita pelo icônico conservacionista marinho Jacques Cousteau e a tripulação de seu navio de pesquisa Alcyone na década de 1980. 

Os documentários especiais para TV de Cousteau filmados aqui ajudaram a tornar Isla del Coco a meca dos tubarões que é hoje. Em seus últimos anos, o venerado explorador olhou para trás e a chamou de "a ilha mais bonita do mundo".

Eu não posso discordar. 

Jacques Cousteau foi meu herói e ídolo de infância. Assistia a todos os especiais da TV e queria seguir seus passos. Seguindo os estudos do programa de duplo diploma em ciências marinhas na universidade, aprendendo a mergulhar em 1975 e realizando pesquisas na Duke University a 120 metros debaixo d'água, a 30 milhas da costa da Carolina do Norte, eu sabia que seria o próximo Cousteau. 

Mas a vida e os computadores mudaram tudo isso. 

Portanto, esta viagem à Ilha do Cocos em setembro de 2020 foi um momento pessoal para mim. Décadas depois de ser influenciado pela isca e pelo dinheiro da indústria de computadores e deixando meu primeiro amor para trás, e mais de 20 anos desde a última vez que vesti o equipamento de mergulho, voltei ao mar. 

OMG, eu esqueci o quanto eu adorei. 

E sim, sim, havia tubarões.

Pássaros e animais endêmicos, cenários espetaculares e únicos, a Ilha do Tesouro e o Mundo Perdido ... navegando em alto mar e fugindo do mundo crivado de uma pandemia. Havia muitos motivos para planejar uma fuga para Isla del Coco, com um ou dois tubarões como atração extra. 

Outra viagem está prevista para dezembro. 

Leia mais sobre nossa aventura na Ilha Cocos clicando aqui.