Saída

O Teatro Nacional da Costa Rica é o principal teatro do país, localizado no centro de San José próximo ao Parque Juan Mora Fernández. Sua construção foi autorizada em 28 de maio de 1890, quando San José tinha apenas 20,000 habitantes.

No período colonial entre 1577 e a independência em 1821, havia muito pouca atividade artística ou teatral na Costa Rica devido à pobreza generalizada e à oposição da Igreja Católica. Depois de 1821, as peças passaram a ser realizadas ao ar livre ou em locais privados, com elencos exclusivamente masculinos. A maioria das peças era de natureza religiosa.

Em 1837 foi construído o primeiro Teatro de San José em um salão com teto de palha e capacidade para 70 pessoas, que deveriam trazer suas próprias cadeiras. Em 1846 foi construído outro teatro, um prédio de madeira com telhado de telha com capacidade para 200 pessoas. Sua apresentação inaugural causou escândalo porque um dos atores era uma mulher.

Nas primeiras décadas do século 19, a Costa Rica entrou em um período econômico promissor, quando começou a exportar café, primeiro para o Panamá e depois para o Chile e a Europa. Um número crescente de jovens foi educado na Europa e o país começou a se abrir para novas idéias sobre as artes dramáticas.

Em 1847, foram feitos planos para construir um teatro nacional financiado por acionistas privados, porque o governo não tinha dinheiro. Em 1850, o Teatro Mora (mais tarde Teatro Municipal) foi construído e serviu por muitos anos como o principal palco da Costa Rica para as artes dramáticas, mas se deteriorou com o passar dos anos e foi finalmente destruído por um terremoto em 1888.

Prestigiosos grupos de turismo internacional começaram a passar pela Costa Rica por falta de um teatro nacional. Em 1890, um grupo de cidadãos propôs um imposto sobre as exportações de café para financiar um novo teatro. O imposto foi aprovado e uma lei foi aprovada naquele mesmo ano autorizando a construção de um espetacular novo Teatro Nacional para a Costa Rica. A inovação foi em 1891.

Várias peças do teatro foram construídas na Bélgica, incluindo a cúpula, estruturas metálicas e um mecanismo de elevação do palco. Correram rumores de que o teatro foi projetado na Europa, mas foi projetado na Costa Rica por arquitetos e engenheiros locais formados na Europa, bem como por profissionais estrangeiros que viveram aqui.

Em 1894, as críticas ao teatro começaram a aparecer na imprensa por causa de vários problemas, especialmente com o palco e os camarotes privados. Também houve sérios problemas com a fundação de cimento, e o engenheiro responsável pelo projeto acabou renunciando. Mas nem todos os comentários foram negativos, pois os observadores reconheceram a riqueza dos materiais usados ​​e o design opulento, sem precedentes neste país.

Os planos originais, de inspiração italiana, foram modificados durante a construção para introduzir características francesas. Um marmorista de extração italiana projetou as escadas, pedestais, balaustradas, estátuas e colunas. As paredes eram feitas de pedra e granito extraído de Cartago, além de tijolos. A madeira fina usada no projeto veio principalmente de Alajuela.

Os especialistas dizem que, embora o edifício tenha um estilo neoclássico alemão do século 19, ele apresenta uma variedade eclética de projetos, que era comum na Europa e na América Latina naquela época. No que diz respeito às colunas, janelas e varandas, lembra palácios da Renascença italiana. Em seus espaços interiores, a influência francesa pode ser encontrada em suas escadas, e o foyer é um híbrido de estilos italiano e francês, com decoração inspirada na arte clássica grega e romana.

O teatro foi concluído em 1897, e houve muito debate sobre qual seria sua produção inaugural. Finalmente, uma companhia francesa foi selecionada para apresentar a ópera “Fausto” em 21 de outubro de 1897.

Havia tanta multidão do lado de fora que a polícia teve que manter as pessoas afastadas, e o presidente Rafael Yglesias ignorou os rumores de um plano de assassinato e caminhou até o teatro, aplaudido pela multidão.

O caso durou até meia-noite, com muito champanhe fluindo entre os atos. No dia seguinte, a imprensa exaltou o talento da companhia de ópera e a beleza do Teatro Nacional.

Interior do Teatro Mora.
Entrada principal.
Foyer do Teatro Nacional.
O novo Teatro Nacional em 1897. Observe os casebres em frente, onde os trabalhadores dormiam.

Uma paixão por fotos históricas As fotos são cortesia de José Gerardo Suárez Monge, autor de “San José: 280 anos de história”. Suárez é fotógrafo profissional e designer gráfico, formado em engenharia elétrica pelo Tecnológico de Cartago, mas sua paixão é coletar e analisar fotos históricas - ele tem mais de 14,000. Ele tem seis livros à venda, que estão disponíveis na Librería Lehmann e na livraria da Universidade da Costa Rica, ou ligando para 7062-3086 ou 8794-7679.