Saída

Para quem cresceu nas décadas de 1950 e 60, ir aos “shows de fotos” era uma experiência fascinante e cativante. Mas para o artista costarriquenho Otto Apuy, a chegada de um novo filme aos dois cinemas de Cañas, de propriedade de seu avô, foi emocionante. Otto lembra de ver filmes quase todos os dias quando menino e adolescente, e aos 11 anos começou a pintar os cartazes anunciando filmes com texto e gráficos.

“Esta foi minha primeira influência artística”, ele nos contou sobre o meio que lhe deu ampla prática em desenho, lettering e pintura. “Ainda tenho muitas imagens na cabeça, como Walt Disney, westerns, Godzilla, Frankenstein e muitos soldados romanos.”

O principal passatempo de Otto deixou muito para sua imaginação quando se tratava de ilustrar espadas, barcos vikings, catapultas, torres, flechas e paisagens. Houve momentos em que um novo filme seria entregue de ônibus, mas sem fotos ou materiais visuais para trabalhar.

“Tudo o que foi fornecido foram os créditos do filme ou gênero, como 'filme ocidental' ou 'filme romano'. Eu tive que imaginar o contexto e produzir ilustrações dos atores ou conteúdos, como Tarzan, Superman ou John Wayne”, disse ele.

Fotos cortesia de Otto Apuy e Hidden Garden Art Gallery
Esta foto do cartão de Natal da família Apuy (1959-60) mostra três prédios em Cañas, projetados e construídos pelo avô de Otto Apuy. Na calçada da frente do Cinema Columbus estão cartazes de filmes que Otto desenhou e criou quando jovem.

Agora, quase 60 anos depois, Apuy é considerado um pioneiro na história da arte costarriquenha. Sua jornada prolífica moldou o próprio homem e o avanço da arte neste país. A trajetória de vida do “Homem Renascentista” da Costa Rica, também conhecido como o “Filho Favorito de Cañas”, ecoa as perspectivas políticas e ambientais em evolução retratadas em suas pinturas. A série “mesa”, retratando mesas quebradas ou vazias, reflete a crise econômica da Costa Rica durante a década de 1980, quando as famílias lutavam para manter comida em suas mesas. A instalação “Unidade por Guanacaste” é um apelo para que duas comunidades locais se reúnam com a província de Guanacaste.

Desafiado a viver sua vida como artista multimídia, Apuy se inspirou em sua própria criatividade, sua gratificação e diversidade. Quando solicitado a fornecer uma pequena escultura para a Iglesia de Cañas, Otto foi consumido pelo desafio a ponto de transformar sua cidade natal. Mais de um milhão de peças de mosaico cobrem agora o exterior da igreja e sua torre de 100 metros.

Além disso, Apuy é um respeitado autor publicado. Seu romance mais recente, “Viaje al Remoto Puntalín”, gira em torno da migração de chineses para a Costa Rica. Foi concedido com a honra de ser declarado “de interesse cultural” na Costa Rica.

Apuy já participou de mais de 150 exposições ao redor do mundo, tanto individuais quanto coletivas. Seus inúmeros prêmios incluem o prêmio nacional da Costa Rica, el Gran Premio de la Bienal de Escultura, e Bienarte Central America; o prêmio nacional la Gran Nicoya; e “Excelente Filho de Imigrantes Chineses”, Instituto Confúcio, Universidade da Costa Rica.

A Galeria de Arte do Jardim Oculto oferece uma exposição permanente das pinturas de Apuy. Faça uma visita para apreciar seus talentos notáveis.